Prefeitura Contesta Denúncia de Moradora sobre Contaminação em Lago de Valão de São Pedro
A administração municipal de Santa Teresa, localizada na região serrana do Espírito Santo, refutou informações veiculadas em uma reportagem do Século Diário na segunda-feira (13), relacionada a uma queixa de poluição ambiental no lago de Valão de São Pedro, localizado na zona rural da cidade. Sob a administração do prefeito Kléber Médici (PSDB), a administração apresentou um relatório técnico produzido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), cujos resultados contradizem as declarações da residente Josiane de Siqueira.
Conforme o documento, após uma inspeção realizada no dia 10 de janeiro, constatou-se que a fossa séptica da propriedade do Sr. não sofreu rompimento ou vazamento. Vagner Venturini, citado na acusação. O documento concluiu que o material encontrado na água do lago era de origem vegetal, possivelmente oriundo da limpeza de uma área destinada à monocultura de eucalipto, que posteriormente foi transformada em monocultura de café.
A SMMA esclareceu que a troca de eucaliptos por plantações de café não necessita de autorização ambiental. Por outro lado, a queixa de supressão de vegetação nativa foi remetida ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES) para avaliação e medidas cabíveis, registrada sob o protocolo no 2025011339095. O documento conclusivo não apontou irregularidades ou efeitos diretos em cursos de água.
Posição da Câmara Municipal
No comunicado oficial, a administração municipal enfatizou que, no momento da publicação desta matéria, ainda aguardava a entrega do relatório técnico, devido aos atrasos causados pelas chuvas torrenciais na área, que intensificaram as necessidades de inspeção. Também destacou que a SMMA não realiza análises de água em propriedades privadas, apenas em áreas de responsabilidade municipal.
Descrição do Caso de Denúncia
Josiane de Siqueira, residente da região, relatou ter notado mudanças na qualidade da água no dia 7 de janeiro, quando observou a diminuição dos peixes no lago. De acordo com ela, a água tinha um cheiro desagradável e manchas escuras, que teriam sido provocadas pelo estouro de uma fossa séptica durante atividades agrícolas com maquinário na propriedade ao lado.
Adicionalmente, Josiane declarou que ocorreu a supressão de florestas nativas, incluindo espécies raras como o ipê-damasco-bicolor e o ipê-peroba-amarela, ambos com mais de um metro de diâmetro. Ela está elaborando um relatório detalhado com todas as informações da acusação, que será enviado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
Preocupações da Comunidade
A conselheira do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Alzira Bermudes, manifestou preocupação com a possível ligação entre o lago afetado e o sistema hídrico do Rio Timbuí, fonte que abastece diversas áreas produtoras de hortifrútis. Grande parte dessa produção é destinada à população da Grande Vitória e de outros municípios do estado.
Mesmo que a administração municipal tenha negado as alegações, a comunidade e os membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente continuam vigilantes à situação. O caso continuará sob a supervisão de entidades competentes, podendo ser conduzidas novas investigações para elucidar os acontecimentos e assegurar a proteção ambiental e sanitária da região.
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