Tarifas de Trump podem abrir mercado para café conilon do Espírito Santo nos EUA
Com concorrentes asiáticos mais taxados, conilon do Espírito Santo ganha vantagem competitiva no mercado norte-americano.
As novas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem abrir uma janela de oportunidade para o café conilon produzido no Espírito Santo. O Brasil foi incluído na lista de países taxados, mas com uma alíquota de apenas 10%, inferior à aplicada a importantes concorrentes como Vietnã (46%) e Indonésia (32%).
Apesar do impacto global esperado — inclusive com aumento da pressão inflacionária —, analistas veem um cenário positivo para o robusta brasileiro, grupo que inclui o conilon.
“O café brasileiro, especialmente o conilon, se torna mais competitivo nos Estados Unidos diante desse novo cenário tarifário”, afirma Fernando Maximiliano, analista da StoneX.
Espírito Santo lidera exportação de conilon
O Espírito Santo é o maior produtor nacional de conilon, com destaque crescente nas exportações. Em 2024, o estado embarcou 8,3 milhões de sacas de café, sendo mais de 7 milhões apenas de conilon. Os Estados Unidos absorveram 11,16% dessas exportações, segundo o Centro de Comércio de Café de Vitória.
“Com o robusta asiático mais caro, o café capixaba pode conquistar mais espaço no mercado norte-americano”, explica Maximiliano.
Atualmente, o café arábica ainda domina as exportações brasileiras para os EUA, mas o conilon vem ganhando mercado em razão da sua competitividade e versatilidade industrial.
Café solúvel e sustentabilidade como trunfos
Outro segmento em crescimento é o café solúvel, que utiliza principalmente o conilon como base. O Brasil é o maior exportador mundial dessa categoria, e os EUA são o principal comprador, com 777 mil sacas importadas em 2024 — alta de 10,9% em relação a 2023.
Além da performance econômica, o Espírito Santo também se destaca por suas práticas sustentáveis. Com mais de 50 mil propriedades rurais dedicadas ao conilon, o estado avança em qualidade, produtividade e inovação, atraindo o interesse de investidores internacionais.
Cooperativas como a Cooabriel (São Gabriel da Palha) lideram esse movimento sustentável, enquanto empresas como Olam, Café Cacique e Realcafé seguem investindo na modernização da cadeia produtiva capixaba.
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